quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A breguiçe e a riqueza

Quando o reality “Mulheres Ricas” entrou no ar foi aquele susto: logo no primeiro capítulo uma delas compra um avião de 30 milhões de reais e bebe champagne como se fosse água. Num país onde as pessoas passam uma vida para comprar um carro usado e refrigerante só é bebido aos domingos, o programa soou como uma afronta.

De toda repercussão que o programa teve, despertando amor e ódio, a que mais me chamou a atenção foi mesmo a do pessoal da moda. Os fashionistas de plantão ficaram revoltados com a “falta de elegância” das milionárias.

Parafraseando a protagonista do programa, Val Machiori: Helloooooooooooooooo! Quem disse que riqueza e elegância devem andar juntas? Ou melhor, quem disse que elas combinam?

Elegância, segundo o dicionário, é a distinção de porte e de maneira, graça, encanto e discrição. Coco Chanel e Audrey Hepburn eram elegantes porque eram discretas. A riqueza não é elegante porque é ostensiva, e toda forma de ostentação é brega.

A verdadeira elegância está nas boas maneiras com que lidamos com o próximo no dia-a-dia, no falar baixo, no pedir licença, no agradecer. A elegância não exige berço de ouro, melhores colégios nem as melhores marcas.

As mulheres ricas não merecem serem queimadas na fogueira como gritam os fashionistas e comunistas. Merecem serem espiadas, despertam inveja de quem não pode se dar ao luxo de viver fora da realidade, num mundo de Barbie como o da Brunette ou no mundo das Festas de Narcisa, mas acima de tudo causam pena.

As mais “pés no chão” são Débora, que já foi sem terra e Lydia que, apesar de rica de berço, trabalha.

O programa é um circo, e pelo menos neste circo, não é o povo que é o palhaço, neste circo os palhaços vestem Prada, Dior e Balenciaga.

XOXO

Chuck B.





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