O que é uma vida confortável para você?
Ter carro na garagem, comida na geladeira e dinheiro no banco? Dentro desta definição material, conforto é uma coisa muito boa, na verdade.
Estabilidade financeira, profissional, emocional e afetiva? Dentro destes, também.
Pra muita gente, uma vida confortável é aquela que pode ser controlada, defendida.
Para essas pessoas uma vida confortável é uma vida conformada: sem nuances, perigos, palpitações, desvios. Uma vida sem contradições, sem variantes, sem insegurança, sem frio na barriga, sem pilekes, sem tropeços. Que chato!
Nessas horas, o conforto, o conformismo e a covardia andam juntos.
Você sonha em cursar produção cultural, se imagina trabalhando no teatro, organizando eventos e correndo pra lá e pra cá no festival de cinema. Mas presta vestibular pra direito porque seu pai acha que é o melhor, e com certeza terá emprego. Você se conforma.
Você não exatamente ama seu (sua) parceiro (a), mas lembra como a vida de solteiro (a) era cansativa. Sair pra dançar, paquerar. Então você fica nesse papai-mamãe, que é melhor do que sair todas as noites. Você se conforma.
Você detesta seu trabalho, acha chato ser contador, mas não consegue largá-lo pra ser saxofonista do metrô, sua verdadeira aptidão. Você se conforma.
Quem muito se conforma, não vive, porque viver por si só já é desconfortável o suficiente. Viver é correr riscos, e para correr riscos é preciso coragem, e para ter coragem é preciso inquietação. E inquietação e conforto são opostos que não se atraem.
A vida não oferece ensaios, nem fórmulas prontas, mas diariamente nos oferece novas chances. Então que tal avaliar suas escolhas, se elas ainda fazem parte da sua vontade. Viver a vida exige mais. Viva ou conforme-se.
XOXO!
Chuck B.