sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Someone Like You, NOT!

Quando Adele estourou resisti um pouco em aceitá-la por achar sua voz parecida com da Amy Winehouse – de quem sou fã até no sangue. Mas impossível não ser conquistado por tamanho talento. “Rolling in the deep” acompanhou momentos de tristeza, de raiva, de perda de fé. Depois veio “Someone like you” cuja mensagem, sou forçado a discordar. E acho que todos nós deveríamos. Vou explicar o porquê.

Na música, Adele descreve um encontro com um ex-namorado por quem ela é apaixonada, mas que já tem outra pessoa, já ama outra, já a esqueceu. Quem nunca passou por isso, vai passar. Quem está passando, como eu, sabe bem que a sensação vai além da perda, da rejeição, passa por um questionamento maior, você se pergunta onde foi que errou, o que ele/ela tem que você não tem, e claro, a inevitável vontade de morrer.

Adele canta que “um dia encontrará alguém como ele”, mas o que seria alguém como ele, alguém que a esqueceu, alguém que não lhe devolveu amor? Não devemos projetar no futuro os resquícios do passado, não devemos esperar reprises. Se vier alguém, que seja melhor, se não for melhor, que seja diferente. Não Adele, não posso concordar com você.

Eis que meu lado poeta (Hudson P.) escreveu algo após ouvir a música que tanto gosta, mas da qual discorda totalmente.

XOXO!

Chuck B.

Alguém como você, não.

(Inspiração de Adele II)

Se vou encontrar alguém como você? Tomara que não!

Não quero alguém que seja essencial para me fazer sentir vivo, tornando todos os outros aspectos da minha vida obsoletos.

Não quero alguém que me faça sentir um garotinho fraco e estúpido quando sei o tipo de homem que tenho capacidade de ser.

Não quero alguém tão importante, tão vital, tão definitivo.

Não quero alguém que me empurre para o precipício que é a vida após me tirar todas as redes de proteção, me deixando sem ter onde me segurar, me tirando as chances de ser feliz.

Não quero alguém que me mate enquanto vivo.

Não quero alguém que me tire da solidão de costume, me jogando numa solidão maior, mais densa, mais escura, mais terrível.

Não quero alguém que ignore meus pedidos de socorro durante a madrugada, quando, para respirar só era preciso o som de sua voz.

Não quero alguém cujo “para sempre” seja provisório.

Não quero alguém que me olhe tão rapidamente a ponto de não me ver.

Alguém como você? Não, obrigado.

(Hudson Pereira)

A música, com legenda em português:


=(

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